domingo, 8 de novembro de 2009

Atividade de Sociologia

Estamos tão acostumados com cenas que vão contra aos nossos valores éticos e morais que desconsideramos o mal estar alheio. O fato de haver muitas pessoas em situção deplorável faz com que liguemos isso ao comum, ao natural.
Nós, seres humanos, esquecemos que o natural é a igualdade, nossa essência é a vivência em grupo, onde a fraqueza de um necessita do auxílio em conjunto dos demais indivíduos. Hoje, nosso pensamento individualista, gerado por um sistema capitalista, nos faz esquecer o porquê da convivência em grupo, quais seriam as vantagens de formar uma comunidade. Não tranformarei esse texto em um de caráter comunista porque essa é uma realidade utópica, pois não é possível esse sistema de mutualismo no momento em que a característica predominante entre os entes sociais é a exploração do alheio para o benefício próprio.
Essa perda de pensamento comunitário e o conceito de que ralamos muito para chegar onde estamos gera pensamentos como "ele é pobre porque é preguiçoso". Estamos fechados no nosso mundinho, esquecemos que as oprtunidades dos outros não foram as mesmas que nós tivemos, e por mais que tenham tido as nossas mesmas oportunidades, muitos indivíduos não têm a capacidade para acompanhar o ritmo dinâmico da concorrência profissional.
A morte de um ente familiar é dolorosa e muda uma vida, mas o falecimento dos outros é algo banal. Basta ligar a TV e ver como as pessoas que partem desse mundo se transformam em meros números de taxa de mortalidade. A morte e o sofrimento se tornaram banais. Pessoas que se divertem olhando filmes de terror esqueceram como funciona o mundo sensorial, elas esquecem o lado empírico da vida, são alienadas à realidade. São esses tipos de atitudes que nos tornaram assim, lúdicos, babacas do capitalismo, somos aqueles que esquecem que o bife vem da vaca, que a maconha vem do tráfico, que a miséria é fruto do nosso dinheiro demasiado.
Óh classe média deslumbrada!!! Aquele típico sentimento de papel cumprido, aquela tentativa forçada de realmente acreditar que a boa ação é ir na igreja e ter condições de bancar os filhos em suas festas que só servem para lhes introduzir no mundo das drogas ou para alimentar o apego de padrões estéticos. Como seria diferente, como prestar atenção no outro se isso implicaria a minha mudança de atos. Uma sociedade que ainda espera a volta do messias jamais irá agir pela mudança e continuará à espera do salvador. Um povo que individualiza os lucros e transforma os problemas em comunitários jamais passará de um mero crítico social que esquece a prática para se apegar à teoria.
A vida só será valorizada quando abondonarmos nossos conceitos sobre o que é importante para levarmos em conta aquilo que realmente deve ser posto em primeiro lugar. Enquanto permanecermos apegados aos nossos valores banais, continuaremos a fazer belos trabalhos de sociologia, porém, não contribuiremos em nada para a formação de um mundo melhor.

3 comentários:

  1. Realmente, a hipocrisia da sociedade, a banalidade e o sensacionalismo da mídia cada vez mais afundam a humanidade. Gostei muito do teu trabalho, tu soube exemplificar bem os teus argumentos, parabéns :)

    ResponderExcluir
  2. Uma comunicação justa deve centrar-se em democratizar as formas ou meios pelas quais as pessoas adquirem-na, levando em consideração todas as camadas da população e sem promover desigualdades sociais. Assim sendo, somente com uma comunicação justa, correta e verdadeira nosso povo poderá sair da miséria da falta de conhecimento e não depender tanto do pretexto das crises econômicas do país para poder se desenvolver.
    Muito Bom

    ResponderExcluir
  3. Filipe,
    Parabéns pela análise crítica, gostei muito de ver a forma como se posicionaste frente ao problema da desigualdade social, pois exploraste o sistema capitalista como impulsionador desse individualismo que estamos vivenciando, além do reducionismo que acaba limitando a pobreza aos próprios pobres, ou seja, tendemos à culpabilizar a vítima. A forma como a mídia influencia a população também está presente no teu texto, bem como a forma como ela aliena os indivíduos. Então Filipe, como sair da teoria e ir para a prática? De que forma podemos transformar em ação nossas idéias? Escrever sobre isso já é um belo exercício de reflexão sobre a realidade. Primeiro devemos entender a sociedade para depois poder interferir. Muito bom o teu texto.
    Um abraço.

    ResponderExcluir